Salão de beleza, salto alto e uma agenda lotada de compromissos: parece até mais uma rotina adulta, não é mesmo? No entanto, isso também faz parte do dia a dia de algumas crianças, que sofrem com a adultização infantil.
Essa antecipação da vida adulta afeta o desenvolvimento emocional e psicológico das crianças. Quer entender as consequências negativas da adultização infantil e como evitar os perigos? O blog Modo Brincar vai te explicar. Continue a leitura!
Exemplos de adultização infantil
Alguns exemplos incluem o incentivo ao uso de maquiagem, o uso de roupas que imitam o estilo adulto ou, ainda, a exposição excessiva em redes sociais. Tais comportamentos empurram a criança para um papel que ela ainda não está preparada para assumir, privando-a de vivências próprias da infância.
Sabe quando vemos crianças demonstrando comportamentos do mundo adulto, como hipervalorização da aparência, uso de roupas sensuais e consumismo desenfreado? Podemos chamar isso de adultização precoce.
Por que a adultização infantil é um problema?
A infância é um período sensível da construção da identidade e da autoestima, além de ser uma fase de descoberta, em que a brincadeira e a imaginação têm um papel essencial para o aprendizado e a socialização.
Quando pressionadas a agir como adultos, as crianças podem apresentar sinais de ansiedade, baixa autoestima e dificuldades em socializar. Elas tendem a internalizar padrões e expectativas que não correspondem à sua realidade ou capacidade de compreensão, o que gera frustrações e conflitos internos.
A perda da infância com a adultização infantil pode, ainda, prejudicar a forma como elas lidam com desafios futuros e com sua própria identidade. Ou seja, é um problema sério e maior do que podemos imaginar.
As possíveis causas da adultização infantil
A adultização infantil não é um fenômeno isolado; ela decorre de uma série de influências sociais, culturais e familiares. Vamos explorar algumas das causas principais a seguir.
Pressão social e familiar
Pautada no ritmo acelerado e competitividade, a sociedade impõe desde cedo expectativas sobre as crianças. Mesmo que bem-intencionados, os próprios pais podem acelerar o amadurecimento, buscando torná-las “mais responsáveis” ou “mais preparadas” para o futuro.
Influência da internet
O acesso cada vez mais cedo à Internet e às redes sociais coloca as crianças em contato com influências que não são saudáveis. Celebridades e influenciadores mirins se tornam ídolos de crianças, que passam a querer imitar comportamentos adultos.
Esse desejo de aceitação, reconhecimento e popularidade faz com que elas abandonem as atividades típicas da infância em busca de visibilidade e aprovação.
Busca por reconhecimento e aceitação
A aceitação é um fator natural do desenvolvimento humano. No entanto, quando ocorre de forma exagerada, motivada pela pressão de atender às expectativas alheias, a criança pode abrir mão da brincadeira, dos estudos e até de amizades para conquistar esse status.
Dicas para evitar a adultização infantil
Os perigos da adultização infantil para o desenvolvimento da criança podem ser evitados com atitudes conscientes por parte dos familiares e educadores. Aqui estão algumas práticas:
Evite expor a criança a situações e conteúdos inapropriados para a idade
Limite o acesso a redes sociais e acompanhe o que a criança consome on-line. Garanta que ela esteja inserida em ambientes próprios para a sua idade, combatendo a adultização.
Diminua o excesso de compromissos
Evitar lotar a agenda das crianças com atividades intensas é importante. Elas precisam de tempo livre para brincar, descansar e explorar o mundo ao seu redor de forma espontânea.
Ensine brincadeiras e estimule o convívio com outras crianças
Propor atividades lúdicas e brincadeiras em grupo é uma ótima recomendação para o desenvolvimento infantil. Estar com outras crianças ajuda a construir habilidades e vivências saudáveis. Aqui vão algumas sugestões:
- blocos de montar: as peças de encaixar trabalham a habilidade motora;
- jogo da memória: é uma forma de colocar o cérebro para trabalhar;
- jogo de tabuleiro: ensina a criançada a criar boas estratégias;
- massinha de modelar: despertar a criatividade também é importante para a inteligência;
- desenhos e pintura: um ótimo modo de colocar para fora o artista que existe dentro de cada um;
- mágica e pegadinhas: os kits prometem muita diversão e concentração.
O papel dos responsáveis e educadores na prevenção da adultização infantil
Cuidadores e educadores precisam manter um ambiente familiar que valorize as descobertas naturais da infância e que respeite os limites de cada idade. Alguns exemplos de atitudes que podem ajudar a combater a adultização de crianças são:
- valorizar a infância: incentive atividades e atitudes condizentes com a idade da criança, como a curiosidade, a imaginação e a brincadeira;
- dar o exemplo: as crianças aprendem por observação. Cultive atitudes e valores que respeitem o tempo da infância;
- estabelecer limites: mostre que cada etapa da vida tem o seu momento, e que a infância deve ser vivida com leveza. Limite o uso de dispositivos, priorizando atividades ao ar livre.
Como conversar com as crianças sobre o assunto?
Falar sobre adultização infantil pode ser desafiador, mas é possível abordar o tema com naturalidade e clareza, sempre destacando o valor das experiências infantis. Ao conversar com a criança:
Use uma linguagem simples e objetiva
Explique que existem fases na vida que são importantes e que é essencial aproveitar cada uma delas. Ressalte que brincar e ter amigos são atividades necessárias para o crescimento.
Mostre os benefícios das brincadeiras
Para combater a adultização infantil, destaque como as brincadeiras ajudam a desenvolver habilidades importantes, como criatividade, raciocínio e capacidade de lidar com sentimentos.
Crie um espaço seguro para as conversas
Permita que a criança expresse suas dúvidas e desejos. Entender o que a motiva é importante para ajustar o ambiente e garantir que ela se sinta acolhida e compreendida.
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