Filme Eternos e a importância da linguagem dos sinais

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Mãe ensina linguagem de sinais para filha

Não é de hoje que o cinema tem sido um dos grandes motivos do orgulho nerd. Isso porque, a cada ano, mais personagens dos quadrinhos conseguem a própria saga para contar nas telonas — sendo a Marvel a pioneira nesse processo. E não para por aí. Muitos heróis que ganham vida vêm para quebrar barreiras, trazer representatividade e promover inclusão social, como acontece no filme Eternos.

Esse longa tem um peso ainda mais especial por abordar a linguagem de sinais. Embora seja ensinada em cursos livres e também dentro de instituições de ensino (como escolas e faculdades), ainda não é tão difundida como deve ser.

É por essa razão que trouxemos um artigo para mostrar a relevância de Eternos e como ele impacta as crianças, mostrando que qualquer um pode ter uma jornada heroica. Confira!

Conheça o filme Eternos

Considerada uma das grandes apostas de 2021, Eternos é uma produção que veio para nos contar a origem do Universo Cinematográfico Marvel, o famoso UCM — e isso não é à toa.

Afinal de contas, a história gira em torno de um grupo de seres superpoderosos, cada um com uma habilidade especial. Esses seres são chamados de Eternos, o que faz jus às características que têm, como o fato de não envelhecerem ou morrerem de causas naturais.

Esse time especial foi destinado a proteger nosso planeta de ameaças que os humanos não são capazes de enfrentar sozinhos. A questão é que isso aconteceu há mais de sete mil anos. Portanto, muito antes da existência de qualquer herói que conhecemos!

Ou seja, no decorrer desse tempo, eles não só mantiveram a segurança da terra, como também acompanharam o desenvolvimento dos seres humanos — inclusive, muitas vezes, ajudando e participando de grandes momentos da nossa história. Como foram bem-sucedidos, acabaram se separando, e cada um foi para uma região diferente.

No entanto, tudo muda quando os deviantes, criaturas cósmicas que buscam apenas por destruição, voltam a aparecer depois de milênios e colocam todos em risco.

Por conta da situação, os Eternos decidem que devem se reunir novamente para enfrentar o mal. Contudo, é justamente quando descobrem que algo está errado. Isso porque os deviantes ficaram mais fortes, e há um presságio de que o mundo acabará em sete dias.

Diante da urgência, o grupo vai não só enfrentar novos inimigos, mas descobrir que aquilo que sabiam sobre a própria existência e o universo não é tão simples quanto parece. Ou seja, é um longa para lá de interessante!

Saiba como Eternos fala sobre inclusão

O filme Eternos é diferente de muitas outras produções de super-heróis porque traz um grupo que não só fala sobre diversidade, mas que é a própria diversidade em tela. Dos 10 seres superpoderosos, seis têm origens étnico-raciais diferentes.

Por exemplo, Fastus e Makkari são personagens negros. Sersi e Gilgamesh, por sua vez, têm ascendência asiática. Ajak, a líder do grupo, é uma mulher latina. Por fim, Kingo tem ascendência indiana. Esse detalhe faz toda a diferença para quem assiste a produção.

Afinal, Eternos mostra que ser diferente faz parte da humanidade e que é isso o que nos torna tão especiais: o fato de sermos únicos ao mesmo tempo que somos semelhantes ao próximo. É a chamada representatividade em cena, do início ao fim.

E não acaba aí: Makkari, que conquistou muitos fãs — tanto pela supervelocidade quanto carisma que tem — é uma personagem surda. A primeira desde que o UCM começou, em 2008. O mais bacana é que todas as interações dela com os demais Eternos ocorrem por meio da linguagem de sinais.

Algo que mostra o cuidado da direção em trazer visibilidade para o tema e o principal: respeitar não só as características da personagem, mas também da atriz que a interpreta, Lauren Ridloff, que, de fato, é surda.

Veja como o lançamento da Marvel promoveu a inclusão

A Marvel não só inseriu um bom número de cenas em que personagens falam em linguagem de sinais. Ela fez questão de colocar em destaque esses momentos e nos estimular a buscar entendê-los sem recursos extras.

A ideia é justamente que as pessoas que assistam à produção saiam da zona de conforto e se coloquem um pouco no lugar do público surdo. Por isso, as interações de Makkari com os demais não são dubladas, comentadas ou mesmo narradas por terceiros.

Ao contrário, ela se expressa com a língua de sinais, e os espectadores acompanham por meio de legendas o que ela diz — algo que ocorre tanto nas versões legendadas quanto nas versões dubladas do filme Eternos.

Em muitos vídeos e entrevistas promocionais do longa, a Marvel fez a mesma coisa. Inclusive, em alguns deles, a atriz Lauren Ridloff ensinou aos fãs de quadrinhos como se referir aos personagens e ao enredo deles por meio da American Sign Language (ASL) — o equivalente à Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Toda essa ação pré e pós-lançamento trouxe um destaque muito importante na mídia internacional sobre a comunidade surda e como ela é representada na sétima arte.

Confira mais sobre o crescimento do interesse do público pela linguagem de sinais

A iniciativa da Marvel em falar sobre surdez e linguagem de sinais teve um resultado bastante positivo: no mês de lançamento do filme Eternos, houve uma alta de mais de 200% em pesquisas sobre como aprender a falar por meio de sinais. Quem apontou isso foi o famoso jornal britânico The Independent.

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Ou seja, pessoas que antes não paravam para pensar e refletir sobre o assunto entenderam, graças à história de super-heróis, a importância de tornar a comunicação mais universal. Para isso, a inclusão e o aprendizado sobre a diversidade se tornam fundamentais.

E isso abre as portas para que o mesmo tipo de posicionamento aconteça com iniciativas para outros tipos de pessoas com deficiências (como a visual, por meio de projetos como braille bricks).

Como mostrado, o filme Eternos diverte e promete uma grande aventura ao nível universal dentro da Marvel. Mas não só isso: também é uma oportunidade especial para os pais apresentarem o que é a linguagem de sinais, discutir a importância dela para a sociedade e já começarem a introduzir libras na educação infantil.

Curtiu o artigo? Pois aproveite para conferir alguns jogos adaptados para deficientes auditivos. Afinal, o brincar deve ser para todos, sem distinção!

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