Contar histórias folclóricas é uma oportunidade de ter um momento muito divertido em família, que com certeza vai despertar lembranças boas nos adultos e curiosidade nos pequenos. Mas você sabia que, além de ser empolgante, existem muitos benefícios de ensinar folclore para crianças? Vamos trazer todos eles neste post.
Num país rico em cultura como o Brasil, não faltam lendas para compartilhar e deixar as brincadeiras, as cantigas de rodas e o aprendizado mais interessantes. O folclore reflete a memória e o imaginário popular dos nossos ancestrais e é muito importante que seja perpetuado a cada geração. Por isso, relembre conosco os principais elementos da mitologia brasileira e saiba como encantar a garotada com essas histórias!
Por que trabalhar o folclore com crianças?
Como adiantamos, as lendas folclóricas são uma mistura de realidade com fantasia, pois tratam de crenças antigas, principalmente vindas do interior, e nos ensinam costumes de outras épocas. Algumas delas são heranças dos nossos antepassados índios, portugueses e africanos. Sendo assim, falar sobre ele é uma forma de fortalecer nossa identidade e cultura.
Além disso, os personagens com suas características próprias estimulam o respeito às diferenças. Esses seres fantásticos representam diferentes idades, etnias, espécies e tipos físicos. Veja mais algumas vantagens de apresentar esse universo para os pequenos:
- desperta a criatividade e a imaginação;
- lembra de nossas origens;
- estimula reflexões sobre nosso passado;
- incentiva o protagonismo das crianças com a representatividade (por exemplo, a deficiência de alguns personagens).
Por esses motivos, vale muito a pena alternar as histórias de princesa e heróis com essas lendas que são igualmente envolventes e fascinantes.
Quais são as principais histórias folclóricas brasileiras?
Para ajudar a contar essas histórias, trouxemos os principais personagens e suas façanhas. Aproveite para se divertir também!
Saci-Pererê
Muito travesso e inquieto, o Saci-Pererê adora pregar peças nas pessoas e provocar o caos nos ambientes por onde passa, sempre pulando de um pé só e fumando seu cachimbo. Alguns sinais de que ele passou pelo local são sumiço de objetos e cavalos com nós ou tranças em sua crina.
Ele usa um gorro vermelho que dá o poder de fazer um redemoinho e se teletransportar para outro lugar a qualquer momento. Quem quiser acabar com suas astúcias, deve roubar esse gorro, tarefa que não é nada fácil!
Curupira (ou Caipora)
É uma criatura que chama bastante atenção pela aparência peculiar: pele esverdeada, cabelo vermelho, pés virados para trás e vestimenta indígena. Mora na floresta e seu propósito de vida é defender a natureza, indo atrás de caçadores e invasores que destroem a fauna e a flora.
Na missão de proteger sua casa, os pés virados ajudam muito, pois confundem a ordem do caminho e fazem com que seja quase impossível encontrá-lo. Por isso, quase sempre o Curupira consegue punir seus adversários e se safar ileso.
Mula sem cabeça
Nada menos que uma mula marrom com a cabeça cortada que expele fogo e corre pela floresta. Segundo os relatos, a figura eram mulheres que foram amaldiçoadas por terem namorado com padres, sendo assim transformadas em mula sem cabeça. Acredita-se que essa lenda tem origem na Europa e foi trazida pelos portugueses ainda na colonização do Brasil.
Sereia Iara
Esta é mais uma lenda indígena que faz parte do nosso folclore. A sereia, também conhecida como Mãe d’Água, é um ser mítico que vive nos rios a pentear seus cabelos e se admirar num espelho. Ela nasceu metade peixe e metade mulher, o que a faz ser extremamente sedutora para os pescadores. Mas eles devem ter cuidado, pois Iara tem o poder de cegar aqueles que a encaram muito.
Boto-cor-de-rosa
Dizem os relatos que o Boto se transforma num belíssimo homem nas noites de lua cheia, especialmente nas festas juninas. As moças da região amazônica (onde surgiu a lenda) são atraídas pela sua beleza e elegância, o seguem até o fundo do mar e engravidam.
Cuca
Quem é adulto já deve ter ouvido a canção de ninar “dorme, neném, que a Cuca vem pegar…”, mas nem todo mundo sabe sua história. A personagem seria uma bruxa com cabeça de jacaré que rouba criancinhas mal comportadas.
Era comum, até uma década atrás, os pais usarem desse artifício para convencer os filhos a dormirem na hora certa, ou “a Cuca viria pegar”. Claro que o método caiu em desuso agora que temos tanto acesso à informação e sabemos que não devemos usar ameaças na educação. Mas não deixa de ser uma fábula caricata de contar, né?
Como trazer as lendas para as brincadeiras?
Como você percebeu, o folclore cativa todas as idades. Nos primeiros anos de vida, é comum crianças gostarem de faz de conta e amigo imaginário. Por isso, uma boa ideia é inserir a brincadeira no dia a dia sempre que for oportuno, como dizendo “Cadê o caderno que estava aqui? Será que foi o Saci-Pererê que pegou?”
Experimente também usar fantoches bem coloridos com os pequenininhos, eles vão adorar! Na idade de ensinar a criança a ler, presenteá-la com um livro, um quebra-cabeça ou qualquer jogo com essa temática vai ser muito estimulante, e ela com certeza vai adorar.
Já para as crianças a partir de 10 anos, é interessante contar curiosidades históricas desses personagens que complementam o que elas aprendem na sala de aula. Confira esses dois fatos para compartilhar:
Sabia que a história do Curupira é contada oralmente desde antes da chegada dos portugueses no Brasil? E que o Saci foi criado pelos escravos para assustar os filhos dos senhores?
Juntos, vocês podem pesquisar outras informações e dúvidas que surgirem. Dá até pra bolar um jogo de adivinhações em que o adulto escreve as perguntas e revela as respostas após o palpite dos participantes.
Vimos que mostrar folclore para crianças ajuda muito a valorizar a cultura brasileira e ainda ensina valores importantes desde cedo, como respeito à natureza e à diversidade. Por isso, esperamos ter instigado a resgatar esses elementos e a inseri-los na sua rotina.
Gostou de mergulhar nessa fantasia? Então, leia também nosso outro post sobre o que as crianças podem aprender com a lenda do Saci e divirta-se!