Entenda os desafios de educar uma criança da geração Alpha

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geração alpha|geração alpha
Menina escuta música e usa um notebook

Tecnologia, para elas, é tão comum quanto água. Além disso, são muito envolvidas com as questões ambientais. A geração Alpha pertence às crianças nascidas depois de 2010. Apesar de ter, em 2020, no máximo 10 anos, já se mostram superconscientes e inteligentes.

Mas espera aí! Geração Alpha? Quer dizer, então, que temos nomes para as gerações? Sim! Para você entender melhor do assunto e das diferenças, conversamos com Ana Amélia De Cesaro, que é sócia-diretora da Play Pesquisa e Conteúdo Inteligente, junto da Aurélia Picoli. Vamos com a gente!

O que diz a teoria das gerações?

O ano era 1991, quando os cientistas americanos Neil Howe e William Strauss criaram a teoria das gerações. Segundo ela, as pessoas são classificadas em teorias geracionais, de acordo com a época do nascimento.

A categorização leva em conta acontecimentos históricos e tecnologias, pois são fatos que influenciam os traços de caráter, os hábitos e a identidade de cada pessoa. As datas podem mudar um pouco, porque seguem certos critérios de cada pesquisador, mas em resumo, as últimas gerações são:

  • baby boomers: nascidos entre 1946 e 1964;
  • geração X: nascidos entre 1965 e 1981;
  • geração Y ou millenials: nascidos entre 1982 e 1994;
  • geração Z: nascidos entre 1995 e 2009;
  • geração Alpha: nascidos a partir de 2010.

Quais são as características da geração Alpha?

Bem, muitas das características aparecem conforme as fases da criança e suas vivências. Mas podemos citar os seguintes pontos!

Empatia pra que te quero!

Nem só de tecnologia vive essa geração. Ela traz a empatia como grande ponto evolutivo, demonstrando ter essa característica em doses maiores.

“Em uma de nossas pesquisas, chamada Kids Experience, realizada em 2019 e 2020, com mais de 2.500 crianças e pais da geração Alpha, detectamos o quanto essas crianças se preocupam com o próximo. Elas têm tanto atitudes simples, como lembrar de levar lanche adicional para dividir com os amigos na escola, até outras mais complexas, como valorizar marcas que demonstram cuidado com as pessoas e o meio ambiente, não fazendo testes em animais”, conta Ana Amélia.

Escolher ou não escolher: eis a questão!

Na pesquisa, Ana Amélia também percebeu que essa geração tem mais conscientização quanto ao consumo, dando valor ao reaproveitamento, à troca e ao compartilhamento. Além disso, é mais empoderada no poder de decisão, quando o assunto é consumo. Ela conta que:

  • 64% dos pais afirmam que dividem a decisão de compras com os filhos;
  • 79% dos pais acreditam que, fazendo isso, estão educando os filhos quanto a valores;
  • 61% dos pais acreditam, também, que fazer isso é uma forma de aprender com os filhos.

Novidades na área!

Outra coisa que a sócia-diretora da Play Pesquisa conta é sobre a abertura que a geração Alpha demonstra ter para conhecer o novo. “Isso quebra o paradigma das outras gerações. A Alpha se mostra disposta a conhecer tudo, como produtos do bairro onde mora ou aquele apresentado pelos YouTubers.”

Em nome do pai, do filho e da internet!

geração alpha

A alta conexão digital dá à geração Alpha uma diferente visão de mundo. O imediatismo prevalece na maioria das crianças, que se acostumou a obter rápidas respostas para suas dúvidas.

O grande acesso à informação também entretém. Diferentemente das outras gerações, essa não sente tanta falta de buscar lazer na rua: “80% das crianças dizem ter como atividade favorita assistir a conteúdos em streaming, em casa, com os amigos”, declara Ana Amélia.

Espelho, espelho meu, não existe ninguém mais antenado do que eu!

Mais uma característica dessa geração é o fato de ela ter outra visão sobre a vida e mais consciência a respeito dos problemas do mundo. Muitas crianças têm conhecimento suficiente para dialogar sobre questões ambientais, alimentação saudável, polêmicas trabalhistas, inclusão ou questões políticas.

“Na pesquisa, 40% delas afirmaram que não terão carro. Elas darão preferência para meios mais ecológicos, como a bicicleta, para reduzir a poluição e o consumo”, relata a sócia-diretora da Play Pesquisa.

A proximidade com a realidade também dá a essa geração mais habilidade para identificar fake news. “Elas se interessam por saber a fonte e gostam de argumentar”, completa.

Com otimismo, açúcar e com afeto!

Apesar da dose de realismo, a criançada tende a ser otimista em relação ao futuro, acreditando em um mundo diferente, em que os robôs substituirão os humanos em atividades cansativas e entediantes, como limpar a casa.

“Também vimos na pesquisa que são crianças espontâneas e afetuosas, e esperam que as pessoas e o mundo sejam também. Além disso, tendem a ter um bom vínculo materno. Acreditam que os pais são amigos, com os quais podem conversar abertamente e se divertir, por exemplo, assistindo às mesmas séries e aos mesmos conteúdos na internet”, completa Ana Amélia.

Quais são os desafios na criação da geração Alpha e como superá-los?

Grande parte dos pais da geração Alpha pertencem às gerações Y e X, o que implica terem outros olhos para o mundo. Isso é um dos principais desafios, segundo Ana Amélia.

“Para lidar com isso, precisamos virar o canhão da empatia para o nosso lado e ficar abertos ao que as crianças têm a dizer. Se quisermos um relacionamento de qualidade com elas, precisamos disso para entender seus anseios.” Além do mais, por ser mais imediatistas e contar com fácil acesso às informações, as crianças tendem a ser efêmeras nas opiniões.

“Por isso, é importante acompanhar seus passos e ter atenção ao que consomem no mundo digital. Hoje, podem estar tranquilas, mas, amanhã, não sabemos o que as atrairá. É importante, ainda, prezar pela segurança na internet. Isso tudo pode ser feito de forma sutil, sem pressão, pois, como vimos, é uma geração que tende a querer uma relação aberta com os pais”, explica Ana Amélia.

Algumas dicas para estreitar os laços e entrar no mundinho desses pequenos é ter brinquedos atrativos. Segundo Ana Amélia, 87% das crianças entrevistadas afirmaram gostar bastante de produtos que interagem. “Sugiro, também, aqueles que despertam sensações e instigam a necessidade de compartilhar.”

Algumas ideias para se divertir são:

  • games: jogos para videogame são boas pedidas e alguns deles permitem duplos jogadores;
  • jogos de tabuleiro: são boas formas de treinar habilidades cognitivas, enquanto divertem e estimulam as interações sociais;
  • patinetes e skatenets: divertem, incentivam atividades físicas e fazem sair um pouco daquela rotina de ficar só em telas o dia inteiro.

O que esperar do futuro?

Essa é uma geração que já entende que, para ganhar dinheiro, é preciso trabalhar, uma vez que seus pais expõem o cenário real. Assim, são crianças que têm tudo para aceitar gostar de uma educação financeira.

Pensando no mercado de trabalho, a tendência é vermos muita criatividade, empatia, robótica e engenharia. Na visão de Ana Amélia, teremos profissionais práticos e racionais, com bastante noção, por exemplo, do processo de um produto.

Enfim, a geração Alpha não é feita somente de crianças e tecnologia, e já percebemos diversas nuances na personalidade desses pequenos. Ao mesmo tempo, ainda cabe a nós, adultos, conduzirmos essa criançada por um desenvolvimento infantil saudável, pois o que sabemos até agora são apenas tendências, mas ainda não são os resultados concretos.

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