A introdução alimentar é um período muito importante no desenvolvimento do bebê. Além de fazer parte da nutrição, ela pode influenciar nos hábitos alimentares que o pequeno levará para o restante da vida. Por esse motivo deve ser feita da melhor maneira possível. Pensando nisso, você conhece o método BLW?
Na contramão das papinhas amassadas ou liquidificadas, essa técnica dá mais autonomia e independência à criança, o que pode ser muito benéfico em diversos aspectos. Neste post, contamos mais sobre essa forma de iniciar a alimentação sólida do bebê. Continue a leitura e confira!
O que é o método BLW?
O método BLW é uma abordagem de introdução alimentar diferente das tradicionais papinhas. Em vez de alimentos em forma de pasta, eles são oferecidos em pedaços grandes para que a criança pegue com as próprias mãos e leve à boca sozinha.
Ele foi criado pela agente de saúde e parteira Gill Rapley e ganhou popularidade no mundo todo. Além de dar mais autonomia ao bebê se alimentar, a técnica permite que o pequeno seja incluído na rotina alimentar da família, sentando à mesa com todos.
Por incrível que pareça, as crianças já nascem com capacidade de autorregulação. Afinal, são elas que ditam a intensidade da sucção para regular a quantidade de leite ingerida na amamentação. Dessa maneira, o BLW é capaz de manter essa autonomia alimentar e regulação de saciedade.
Como essa estratégia funciona?
O método convencional de introdução alimentar consiste em oferecer alimentos amassados, desfiados e misturados com uma colher, o famoso aviãozinho. Já na BLW, os ingredientes são oferecidos cozidos e em pedaços cortados de acordo com o que a técnica recomenda.
Ou seja, não basta apenas dar os alimentos de qualquer forma para o bebê, é preciso saber os cortes corretos e a maneira adequada de oferecer as refeições. Para que o BLW funcione, é preciso que o pequeno pegue a comida com as próprias mãos. Portanto, os adultos devem evitar dar à boca dele.
Em um primeiro instante, os bebês costumam apenas brincar com os alimentos, amassando, cuspindo e jogando ao chão. Mas saiba que isso também faz parte do aprendizado e da descoberta do comer. Pode ser que o pequeno coma bem pouco ou quase nada, mas não é motivo para preocupação, já que até o 1 ano de vida, os alimentos são complementares e a amamentação ainda é a nutrição principal.
Por que ela pode ser benéfica ao pequeno?
Há quem pense que o BLW só serve para o bebê brincar e fazer sujeira, mas isso não é verdade! A técnica traz muitas vantagens para os pequenos. Algumas para a vida toda. Veja quais são.
É prazerosa e natural
Ter o protagonismo em sua própria refeição controlando o que come, a quantidade e a velocidade faz com que o momento seja mais prazeroso e natural. Com BLW, os bebês aprendem sobre a comida experimentando e explorando os sabores, os aromas e as texturas originais de cada alimento.
Dessa maneira, esse processo faz com que eles também aprendam a reconhecer o que gostam ou não gostam de comer, além de ajudar na formação do paladar e dos hábitos alimentares.
Ensina a comer
Quando o bebê se alimenta com a papinha tradicional, ele apenas suga a comida e não faz grandes movimentos com a boca. Já com o BLW, ele mastiga e faz os movimentos com a língua, aprendendo sobre a própria mastigação. Com o tempo, o pequeno também aprende o tamanho dos pedaços de alimentos que cabem em sua boca, evitando engasgos.
Oferece estímulos
Os estímulos da BLW não param no ato de se alimentar. Ao segurar os alimentos e levar à boca, o bebê tem a coordenação olho/mão estimulada, melhorando a sua destreza. O pequeno aprende observando como pegar algo macio sem amassar ou algo escorregadio sem deixar cair.
Também assimila os conceitos de mais e de menos, os tamanhos, as formas, as texturas e o peso. Os sentidos — visão, olfato, paladar, tato e audição — são estimulados nesse mundo de descobertas. Além do mais, os músculos da face são trabalhados com a mastigação.
Ajuda na socialização
Ao sentar à mesa com os familiares e cuidadores, a criança é estimulada a imitar o comportamento dos demais enquanto se alimenta. Sendo assim, tende a usar os talheres e a se comportar durante as refeições. Além disso, ajuda no desenvolvimento de habilidades de socialização e de linguagem.
Estimula a alimentação saudável
A criança que se alimenta pelo método BLW aprende exatamente o sabor, o aroma e a textura de cada alimento. Como nos primeiros meses os bebês são estimulados a comer legumes e frutas, a tendência é que cresçam gostando desses alimentos, pois se acostumaram com os sabores verdadeiros.
Quais são os contras do método BLW?
Existem alguns inconvenientes de aplicar o método BLW. O primeiro é a bagunça que é, praticamente, inevitável nos primeiros meses. Mas a boa notícia é que logo isso passa conforme a criança desenvolve suas habilidades motoras.
O segundo é a opinião alheia. Sabemos que palpites são muito presentes na maternidade. Sempre terá uma pessoa ou outra que não conhece o método e fará comentários indesejados. Nesse caso, o melhor é não dar ouvidos mesmo.
Quais são as melhores formas de aplicar?
Antes de iniciar a introdução alimentar com o método BLW é preciso que o bebê apresente alguns sinais que está preparado. Além de ter mais de 6 meses, o pequeno deve conseguir se manter sentado sozinho, sustentar a cabeça e segurar os alimentos com as mãos. A partir daí, você pode seguir essas dicas de como oferecer os alimentos:
- legumes, como cenoura e batata cortados em bastões e bem cozidos;
- brócolis e couve-flor bem cozidos em ramos;
- tomate-cereja e uva cortados em 4 no sentido do comprimento;
- maçã e pera em rodelas finas;
- abacaxi em rodelas ou meia-lua;
- mexerica e laranja em gomos sem sementes;
- banana inteira descascada até a metade para facilitar a pega.
Crianças que têm algum comprometimento cognitivo ou físico podem ter dificuldade com esse método. Dessa maneira, é interessante conversar com o médico e o nutricionista sobre a possibilidade ou não de aplicar o BLW.
Viu como o método BLW promove muitos benefícios para a criança que está em introdução alimentar? Ele dá mais autonomia e independência ao bebê, além de promover hábitos alimentares mais saudáveis. Lembrando que essa é uma decisão que deve ser tomada em conjunto entre a família e o nutricionista.
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