O período de gestação é cheio de surpresas, alegrias e algumas incertezas. O momento do parto costuma ser uma das maiores preocupações entre as gestantes, não tanto por elas, mas principalmente pelo bebê. E onde entra o nitrato de prata nessa história? Para que serve?
É sobre essa substância que vamos falar neste artigo. Descubra por que o uso em recém-nascidos é obrigatório, como isso afeta o bebê e o que você pode fazer. Ótima leitura!
O que é nitrato de prata?
O nitrato de prata é um composto químico usado em uma solução a 1% em forma de colírio, com propriedades antissépticas. A aplicação dessa substância nos olhos dos recém-nascidos se tornou obrigatória no Brasil em 1977, por causa de um surto de cegueira em bebês que ocorreu na época.
Para que serve o nitrato de prata?
Por causa de suas propriedades bactericidas, ele começou a ser utilizado para prevenir a conjuntivite neonatal séptica, ainda no século XIX — por volta de 1880 — na Europa. A causa da doença está relacionada ao contato da criança com as bactérias da gonorreia e da clamídia que podem estar presentes na vagina, durante o parto natural.
O que é a conjuntivite neonatal séptica?
A doença pode aparecer até um mês após o nascimento, contudo, o mais comum é que ela se manifeste ainda na primeira semana de vida. O sistema imunológico do bebê é muito frágil, por isso, qualquer infecção causada nos olhos por vírus ou bactérias pode ser muito grave e evoluir para a cegueira.
Entre os principais sintomas que podem indicar uma doença em curso estão o inchaço nas pálpebras, olhos vermelhos e irritados, secreção com presença de pus e dificuldade para abrir os olhos.
Quais são os riscos no uso dessa substância?
Qualquer tipo de medicamento pode ter efeitos adversos indesejáveis. A aplicação do colírio de nitrato de prata pode causar desconforto e irritação momentânea no bebê ou até a chamada conjuntivite química, que se caracteriza pela presença de secreção e vermelhidão nos olhos. Ela pode durar alguns dias, mas não compromete a saúde física da criança.
Como decidir se será feita a aplicação do nitrato de prata no recém-nascido?
Apesar de a aplicação ser determinada por lei, algumas vertentes que defendem o parto humanizado consideram essa ação invasiva e desnecessária, podendo prejudicar o primeiro vínculo entre pais e filhos.
A alegação prevalece em caso de cesárea ou diante de exames pré-natais que comprovem que a mulher está livre dessas bactérias. Por isso, hoje em dia, a mãe tem o direito de recusar o uso da substância, desde que assine um termo de responsabilidade fornecido pelo hospital.
A melhor maneira de entender os riscos e os benefícios do procedimento é conversando com o seu obstetra e um pediatra de confiança, que poderão ajudar na decisão. Somente um profissional preparado poderá fornecer todas as informações necessárias para que tenham tranquilidade.
Permitir ou não o uso do nitrato de prata é uma questão bastante pessoal e deve estar de acordo com o que a gestante entende como o melhor para o seu bebê, sempre respaldada por orientação médica, combinado?
Já que estamos falando da saúde da criança, aproveite para ler sobre o sono do bebê!